Lacuna

by ANGVSTIA

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1.
Não vou mentir, senhor Eu queria mesmo era beber até dormir Se me ajudar com isso Vou ficar muito feliz Eu vou beber, meu bem Tive um dia muito longo, estou cansado Trouxe algumas para nós (Estou cansado) E finalmente nós sorrirmos Às vezes não admitimos Mas a vida humana É fuga, a procura eterna pela paz Engolida pela engrenagem da tristeza Como alguém pode julgar outra pessoa? Da sua fuga Para minha Só muda a bula Às vezes não admitimos Mas a vida humana É fuga, a procura eterna pela paz Engolida pela engrenagem da tristeza Como alguém pode julgar outra pessoa? Da sua fuga Para minha Só muda a bula
2.
Alternando sentimentos entre alegria e dor Fui acertando e errando quem eu sou Encaro os rostos andando por aí Eu sei que é triste Preciso de forças pra sobreviver Em meio ao cinza, eu me sinto só Essa frieza me contaminou E sussurrou em meus ouvidos Que não sou bem-vindo Meu senso de felicidade Foi esmagado pelo trem Me traz mais uma dose pra fugir daqui Me injeta adrenalina, pois vou vencer É inaceitável ter sido em vão! Ter sido em vão!
3.
Por que me olha assim? Sou diferente de você? Ou minha origem que te causa essa repulsa? Seu ódio pesa em mim E tenta me fazer sentir Vergonha da minha própria origem Fui ensinado a suportar Mas escolhi resistir Não vou calar (Não vou calar!) Me orgulho de quem sou e de onde venho Seu ódio não me atinge mais Nem suas palavras venenosas Não abaixarei minha cabeça Nunca precisei de permissão pra estar aqui (pra estar aqui!) Não quero ser igual você Já tenho a minha própria história Você querendo ou não, permaneço aqui (permaneço aqui!) Fui ensinado a suportar Mas eu escolhi resistir Não vou calar (não vou calar!) Me orgulho de quem sou e de onde venho Seu ódio não me atinge mais Nem suas palavras venenosas Venenosas
4.
Essa cidade Indignação ou raiva contida Sentimentos de praxe Enquanto espero o dia melhorar Me incomoda a paisagem Estátuas erguidas pra vangloriar Assassinos e atrocidades Não nos permitimos esquecer Dos povos nativos e escravizados A vergonha das marcas em suas mãos Por esculpir com lágrimas e sangue As pessoas não querem se lembrar (Elas nunca vão se lembrar) Do cemitério sob esse chão Não vamos esquecer quem chorou nessa cidade Não vamos esquecer quem sofreu sem conhecer piedade Não vamos esquecer quem cedeu a essa cidade
5.
Coisas que não precisamos explicar Palavras que não devemos dizer Dúvidas que antes não existiam Começaram a aparecer Seu medo de existir Chorar não é solução Te sobrou resistir Finalmente existir Devo buscar outras formas de distinguir Todas as respostas não preciso ter Reencontrar outras formas de agir Que não te faça sofrer e nos faça sorrir Sorrir! Uma vez você postou uma foto nossa Dizendo que não acreditava que pudéssemos Fazer amigos depois de velhos Talvez a resposta seja porque a caminhada Fica difícil, com o tempo ficamos criteriosos E as amizades têm um valor diferente E que são as pessoas que ficarão até o final Dos nossos dias Obrigado por ser quem você é E por me oferecer uma amizade que eu sempre quis e desejei A vida toda um quase Sinto medo de não conseguir Palavras são uma opção Então fique aqui Sem temer, somos irmãos Irmãos!
6.
Só a noite limpa as feridas das batalhas Que travamos há um tempo aí (Até aqui!) Depois dos trinta, há muitos “ondes” e “porquês” Pra decidir aonde ir O céu escuro disfarçando os olhos baixos Estou cansado até demais ou só confuso Esqueça a raiva, frustração virou fumaça O semblante triste e as escolhas que fazemos Não parecem fluir na direção de casa Reflexões passadas permeando nossos passos Depois das três, nada de bom está por vir A apatia nos isola e queima tudo Uma audiência que aceita essa fachada Só outro dia dos piores que passei até aqui Melhor dormir que amanhã tem mais Amanhã tem mais! Mais essa fachada!
7.
Sinto a sua apreensão, incerteza Desalento em sua respiração Entregues à própria sorte Forçados precocemente a encarar a morte São suas memórias, dias ruins poucos de glória Insistindo em lutar para não se perder São suas histórias, querem apagar sua trajetória Não é concebível deixar de ser você Não é concebível deixar de ser você E todas as histórias que ainda podem nos contar? E aquelas que nunca vamos saber? E toda essa gente que não para de lutar pela vida Mesmo sem perspectiva São suas memórias, dias ruins poucos de glória Insistindo em lutar para não se perder São suas histórias, querem apagar sua trajetória Não é concebível deixar de ser você Não é concebível deixar de ser você
8.
Guardei os meus sonhos na gaveta E os clichês sobre vencer Algumas coisas nunca mudam Até você ser obrigado a perceber Muitos fatores nos mantêm presos assim Esperando recompensas de um sistema Que nos explora pra crescer Subtraindo as forças pra viver Nos deixando cansados demais até pra refletir A angvstia que massacra o trabalhador brasileiro É aquela que faz a gente pensar em desistir todos os dias Mas enquanto tiver um objetivo E algo que me faça sentir vivo, ainda vai valer a pena Se demorar a perceber O tempo passa e só você se esqueceu De ser feliz, valorizar onde chegou O que importa é o que se fez até aqui! O que você fez até aqui?

credits

released May 11, 2023

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ANGVSTIA São Paulo, Brazil

Angvstia é um quarteto de punk formado durante a pandemia em 2020 por Lucas, Dave, Emiliano Borges e Júnior Braga.
Com influências da sonoridade dos anos 90/2000, a banda formada em São Paulo aposta em letras em português com teor político de experiências do cotidiano.
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